Psicologia Jurídica
Aula 2
As principais teorias psicológicas:
“O importante e bonito do mundo é isso: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando. Afinam e desafinam.” Guimarães Rosa
Psicologia:
· Deriva do grego PSYCHE – Alma, LOGOS – Razão.
· Inicialmente – Estudo da Alma. Hoje – Estudo do comportamento.
· Necessidade do Homem (dependendo da corrente teórica, o objeto de estudo muda) em se conhecer a si mesmo.
Exemplo:
· Comportamentalista – comportamento humano.
· Psicanálise – inconsciente.
· Gestalt – percepção.
Psicologia Hoje
Objeto é a subjetividade – modo de pensar, fantasiar, sonhar, amar, sentir e fazer de cada um.
É o nosso modo de ser – Singularidade – em todas as expressões:
· Visíveis: nosso comportamento;
· Invisíveis: nossos sentimentos;
· Singulares: Porque somos o que somos;
· Genéricas (relação com os outros): Porque somos todos assim.
Behaviorismo: Teoria comportamental.
· Criada por Watson.
· Objeto: comportamento – observável, mensurável – cujos experimentos podiam ser reproduzidos em diferentes condições e sujeitos.
· Defendia uma concepção funcionalista – comportamento como função de certas variáveis. Estímulo – resposta (comportamento).
· Construção de uma psicologia sem mente, sem alma.
· Skinner – Teórico mais importante. Experimentos com ratos.
1 Experiência: caixa de Skinner.
· Rato privado de água por 24 horas.
· Barra na caixa – ao ser acionada – gota de água. Conclusão: comportamento operante. R (pressionar a barra) E (estímulo reforçador – água).
Portanto: Agimos no mundo em função das conseqüências criadas pela nossa ação.
Principais Conceitos
Reforçamento é toda conseqüência que seguindo uma resposta, altera a probabilidade futura de resposta. Pode ser:
· Positivo: aumenta a probabilidade da resposta que a produz.
· Negativo: aumenta a probabilidade da resposta que a atenua ou remove.
Ex: 2 experiência de Skinner – rato recebe choques – que só aparecem ao ser pressionada a barra.
Do reforçamento negativo, ocorrem 2 processos:
· Esquiva. Ex: raio - 1 estímulo precede a trovoada (2 estímulo) – comportamento: tapamos os ouvidos.
· Fuga: a que não se evita o estímulo, mas foge-se dele. Ex: freio do carro da frente.
Observações:
Extinção: comportamento (diminui ou desaparece) deixa de ser reforçado.
Punição: supressão temporária da resposta ou apresenta-se um estímulo aversivo ou remove-se o reforçador positivo.
Aula 3
O ser humano é perverso, em pensamentos e atos. Depende de nós reprimir os instintos.
PSICANÁLISE:
· Freud: estudou os “processos misteriosos”, “obscuros” (fantasias, sonhos, esquecimentos – interioridade humana).
· Método de investigação a interpretação através da análise.
· Fez uso inicialmente da Hipnose.
· Depois método catártico (liberação de afetos e emoções ligados a traumas).
· Descoberta do inconsciente a partir da pergunta: Por que os pacientes esqueciam-se de fatos do passado? Porque eram penosos, dolorosos. Não eram conscientes devido a “resistência”.
· Por isso, esses fatos eram reprimidos no inconsciente.
· Investigando as “neuroses” descobriu-se: a maioria dos conteúdos reprimidos referiam-se a conflitos de ordem SEXUAL, localizados na INFÂNCIA – sexualidade infantil.
Fases do desenvolvimento Sexual:
· Fase oral: zona de erotização – boca.
· Fase anal: zona de erotização – ânus.
· Fase fálica: zona de erotização – órgão sexual.
· Período de latência: adolescência.
· Fase genital: o objeto de erotização não está mais no próprio corpo, mas num objeto externo, o outro.
O complexo de Édipo:
Ao redor deve-se formar a personalidade.
· A mãe: objeto de desejo do menino.
· O pai: objeto de desejo da menina.
· Ambos, por medo, são trocados pelo mundo social e cultural.
Estrutura da mente:
1. ID (inconsciente): reservatório de impulsos instintivos. Ele é cego, brutal, desconhece a lógica, as normas, os critérios entre o bem e o mal. Dominado pelo Princípio do Prazer. Ex: criança é guiada pelo ID no começo de sua vida.
2. EGO: corresponde a parte do ID que pela superficialidade foi modificado pelo contato com o mundo externo.
PORTANTO: é um aparelho de adaptações à realidade.
“ID”:
· Impulsivo
· Princípio do Prazer
· Se localizam a pulsão de vida e de morte
“EGO”:
· Calculista
· Princípio da Realidade
· Percepções, memória, pensamentos, sentimentos
· Equilibra o ID e o SUPEREGO
3. SUPEREGO: “entidade” que observa o seu próprio EU, que o vigia, ameaça, repreende.
Como se forma? Na 1ª infância: com os pais. Depois de internalizar as normas e condutas (pais) a criança os imita.
Mais tarde surgem outras influências: professor, pessoas que admira, a sociedade.
PORTANTO: é o representante das restrições morais que a família e a sociedade impões ao indivíduo.
OBS: O psicopata não tem SUPEREGO.
SUPEREGO – SENTIMENTO DE CULPA
· A qualidade dos valores morais não será igual a todos os indivíduos.
15/03/11
Continuação da aula anterior “Psicanálise”.
Mecanismos de defesa:
· Eles aparecem diante de situações penosas. Surgem para evitar o desprazer.
· Por isso, “deformam” a realidade como ela é.
Exemplos:
1. Recalque: quando a pessoa entende um “não” (proibição) como “sim”.
2. Regressão: retorno a fases anteriores.
3. Projeção: projeta algo de si nos outros.
4. Racionalização: o indivíduo apresenta uma argumentação intelectualmente aceitável que justifica estados deformados.
Gestalt: A Teoria da forma:
· Seus teóricos estão preocupados em compreender os processos psicológicos envolvidos na “ilusão de ótica” (quando o estímulo físico é percebido de uma forma diferente da que ela tem na realidade).
· Tema central é a percepção.
· Para esta teoria entre a resposta e o estímulo, há a percepção.
· O comportamento deve ser estudado em seus aspectos globais (o todo). Princípios para a percepção do todo: proximidade, semelhança e fechamento.
A Teoria sócio histórica.
· Principal teórico: Vigotski.
· Estuda o homem e seu mundo psíquico como uma construção (histórica e social).
1. Histórica: homem ativo, age em seu meio e este age no homem.
2. Social: relaciona-se com o outro.
· A ação do homem tem um objetivo => satisfazer (atuar sobre seu meio e sobre os outros indivíduos) suas necessidades.
· E o que é o mundo psíquico? São fenômenos que vão se construindo conforme o homem se relaciona com a realidade e com os outros.
Piaget: Teoria do desenvolvimento.
· Desde a infância até a idade adulta, nos aspectos: físico motor, afetivo, intelectual, social.
Fases do desenvolvimento:
1. Período sensório motor (0 a 2 anos) – comportamentos, reflexos.
2. Período pré operatório (2 a 7 anos) – linguagem, egocentrismo.
3. Período das operações concretas (7 a 12 anos) – construção lógica.
4. Período das operações formais (12 anos em diante) – pensamento abstrato.
Data: 22/03/11
PSICOLOGIA JURÍDICA
· Segunda metade do século XX => psicologia reconhecida como profissão.
· Direito e Psicologia compartilham o mesmo objeto de estudo => comportamento humano.
No Direito: os aspectos legais para que a conduta seja julgada.
· Psicologia Jurídica: se ocupa de todas as pessoas envolvidas que participam da questão processual (fase pré-sentencial).
· Objetivo: obtenção da verdade judicial, além da sua presença na fase executória da pena e na medida de segurança.
· Quando ocorreu a aproximação entre Direito e Psicologia? Final do século XIX => psicologia do testemunho: análise dos processos psicológicos.
· 1980: surge a psicologia jurídica no Tribunal de Justiça de SP: psicólogos voluntários.
· 1985: criação do cargo de psicólogo jurídico.
· Psicologia Jurídica abarca:
ü Psicologia criminal: aspectos psíquicos do criminoso que abrange a psicologia do delinqüente, do delito e das testemunhas.
ü Psicologia Forense: procedimentos em andamento no Fórum.
ü Psicologia Judiciária: engloba toda a prática psicológica realizada a manda e a serviço da Justiça.
Áreas de atuação da Psicologia Jurídica:
· Questões da infância e da juventude: adoção, conselho tutelar, criança e adolescência em situação de risco, intervenção junto a crianças abrigadas, infrações e medidas socioeducativas.
· Direito da família: separação, paternidade, disputa de guarda, acompanhamento de visitas.
· Direito Civil: infrações, indenizações, dano psíquico.
· Trabalho: acidente de trabalho, indenizações, dano psíquico.
· Direito Penal: perícia, insanidade mental, deliquência.
· Psicologia Judicial ou do testemunho.
· Psicologia penitenciária: penas alternativas, intervenção junto ao recluso, egressos, trabalho com agentes de segurança.
· Psicologia policial e Forças Armadas: seleção e formação, atendimento psicológico.
· Mediação: direito de família e penal.
· Direitos Humanos.
· Proteção a testemunha.
· Formação e atendimento a promotores e juízes (lidam com conflitos).
· Vitimologia: violência doméstica, atendimento as vítimas e seus familiares.
· Autópsia psicológica: avaliação psicológica mediante informações de terceiros.
PORTANTO:
Psicólogo jurídico => aborda o percurso (todos os processos psicológicos que o levaram ao “crime”) da vida do acusado => descobre-se a causa dos distúrbios para atribuição da PENA JUSTA.
NOÇÕES DE PSICOPATOLOGIA
· As perturbações psíquicas podem comprometer:
- processo de memória
- registro
- reconhecimento
- testemunho
· Há 3 tipos de transtornos:
1 – Psico-orgânicos: afetando as funções: da consciência, atenção, orientação, memória, inteligência e linguagem.
2 – Afetivos, neuróticos e personalidade: afetividade, psicomotricidade, vontade e personalidade.
3 – Psicóticos: senso percepção, pensamento, vivências do tempo e do espaço.
Data: 29/03/2011
FUNÇÕES MENTAIS E ALTERAÇÕES
1 – Sensopercepção:
· Sensação (atividade dos sentimentos, sentidos)
· Percepção (interpretação, atribuição dos significados)
Transforma estímulos sensoriais em fenômenos conscientes e perceptivos.
Alterações quantitativas:
· Hiperestesia: percepções aumentadas (intoxicação por alucinógenos)
· Hipostesia: diminuição da percepção (pacientes depressivos)
· Analgesia: ausência de sensopercepção (hipocondríacos, histéricos)
Alterações qualitativas
· Ilusão: percepção alterada sobre um objeto real e presente. Pode ser visual ou auditiva.
· Alucinação: aqui não há um objeto presente. Pode ser auditiva, visual, olfativa, gustativa, tátil.
2 - Atenção: estado de concentração da mente, seleção de estímulos.
Alterações:
· Hiperprosexia: atenção exacerbada e obstinada sobre certos objetos. Fixação em um determinado aspecto.
· Hipoprexia: perda da capacidade de concentração.
· Aprosexia: total perda de atenção.
· Distrabilidade: mobilidade acentuada de atenção voluntária.
3 – Orientação: capacidade da pessoa:
· Se situar quanto a simesmo;
· Quanto ao ambiente => tempo e espaço.
Alterações:
Começam com uma desorientação espacial e passam a um agravamento do quadro => desorientação de si mesmo:
· Redução do nível de consciência;
· Déficit de memória;
· Apatia.
4 – Consciência: há 3 definições:
· Neuropsicológica: desperta, acordado e lúcido => grau de clareza do indivíduo.
· Psicológica: contato com a realizadade.
· Ético filosófica: ciência dos deveres éticos e morais.
Alterações quantitativas:
· Obinubilação: diminuição do grau de clareza e concentração.
· Sopor: turvação da consciência, estado de sonolência => despertada por estímulo enérgico.
· Coma: nenhuma consciência.
Alterações qualitativas:
· Estados crepusculares: estreitamento transitório da consciência, com atos automáticos.
· Dissociação da consciência: estado semelhante ao sono.
· Transe: semelhante ao sonho acordado.
· Estado hipnótico: concentração da atenção com uma redução e estreitamento de consciência.
Data: 05/04/11
Funções Mentais – continuação:
5 – Memória: capacidade de registrar, manter e evocar fatos já ocorridos. Ligada ao nível da consciência, atenção e afetividade.
Alterações quantitativas:
· Hipermnésia: aceleração geral do ritmo psíquico.
· Amnésia: perda da memória.
Alterações qualitativas:
· Paramnésia: deformação da evocação de conteúdos previamente FIXADOS: nas ilusões (acréscimo de elementos falsos), nas alucinações (criações da imaginação).
· Criptomnésia: o indivíduo não reconhece os FATOS como lembranças: vive-os como se fossem novos.
· Ecmnésia: recapitulação condensada de muitos fatos num breve espaço de tempo.
6 – Pensamento: conceitos+juízos+raciocínio.
Alteração:
· Pensamento mágico: contraria princípios lógicos e formais e indicativos da realidade.
7 – Juízo de realidade: discernir entre a verdade e o erro. Implica em JULGAMENTO: subjetivo e social.
Alteração:
· Delírio: é uma produção associal.
8 – Motivação (necessidade que energiza um comportamento) e Vontade (de agir, ligada à intenção).
Estímulo => necessidade => motivação.
Teoria das necessidades de Maslow: auto realização, estima, relaciuonamento, segurança e necessidades fisiológicas.
Há 2 tipos de motivação:
· Intrínseca: as recompensas que se originam da atividade em si.
· Extrínseca: recompensas são conseqüências da atividade.
Alterações:
· Hipobulia ou abulia: típica em estados depressivos.
· Compulsões: automutilações, atos suicidas, ingestão de drogas.
·
9 – Psicomotricidade: componente final do ato da vontade.
Alterações: agitações, lentificação, catalepsia (atos exagerados do tônus postural), tiques.
Data: 26/04
Matéria para NP2
Funções mentais (continuação):
Emoção – Alterações:
· Distemia: exaltação e inibição.
· Ansiedade: expectativa negativa em relação ao futuro.
· Angustia: relacionada ao passado.
· Medo: fobias e pânico (relacionado com morte iminente).
· Apatia.
· Hipomodulação de afeto: incoerência com a resposta afetiva e a situação.
· Embotamento afetivo: perda da vivência afetiva.
· Labilidade afetiva: mudanças súbitas de humor, sentimentos.
· Anedonia: perda parcial ou total de sentir prazer.
· Neotimia: vivência de sentimentos estranhos e bizarros.
PERSONALIDADE E TRANSTORNOS:
Conjunto relativamente estável e previsível de comportamentos e traços emocionais de um indivíduo sob condições normais. Porém não é uma estrutura rígida => evolui de acordo com as modificações orgânicas: infância, adolescência, fase adulta, senilidade.
PORTANTO: Personalidade => influências internas e externas.
Mas o que caracteriza um estado patológico? É quando os estados disfuncionais dominam a vida psíquica => sofrimento contínuo.
Tipos de personalidade:
· Paranóica: sensibilidade excessiva diante de contrariedades; tendência a distorcer os fatos; SUSPEITAS INJUSTIFICADAS.
· Esquizóide: Retraimento de contatos sociais e afetivos; se isolam.
· Dissocial: desvio entre o comportamento e as normas sociais; anti-social.
· Histriônica (histérica): afetividade superficial; labilidade emocional; egocentrismo (centro das atenções). Acontece mais com as mulheres.
· Obsessiva-compulsiva: sentimento de dúvida; perfeccionismo; verificação e preocupação com pormenores (TOC).
· Borderline: fronteira entre a NEUROSE e a PSICOSE:
Neurose: o sujeito tem consciência de seus atos, mas não consegue controlá-los. Ex: TOC; depressão; síndrome do pânico.
Psicose: perde-se a noção da realidade; passa por momentos de delírio e alucinações. Ex: esquizofrenia; transtorno bipolar.
· Ansiosa.
· Dependente: não conseguem agir por si só.
TIPOS DE TRANSTORNOS:
· De ansiedade.
· Obsessivo/compulsivo (TOC).
· De estresse pós traumático.
· Dissociativo: perda parcial ou completa de lembranças, memória.
· De depressão.
· Factício: apresenta um processo de mentira patológica para obter benefícios.
Data: 10/05
Áreas de atuação – Psicologia Jurídica:
· Varas de família: decisões de guarda; direitos parentais; demarcação dos papéis familiares; divórcio; estatuto da criança e do adolescente e a MEDIAÇÃO FAMILIAR.
· Negociação.
· Conciliação: sugere alternativas.
· MEDIAÇÃO: psicólogo atua com mais freqüência. As partes são os autores da decisão.
· Arbitragem: decide.
· Litígio: com resolução judicial.
· Adoção: perfil das famílias sobre os adotantes; adoção legal e informal; motivação para a adoção; desenvolvimento, educação e relacionamento dos filhos adotivos.
· Execução penal: avaliação criminológica, controle da identidade do preso, programas de ressocialização, progressão de regime.
· Sistema Penal: prisões, crime, criminosos, criminalização da pobreza, funcionalidade das prisões.
· Infância e adolescência.
· Violência e drogas.
· Violência doméstica: principalmente contra a mulher.
LIVROS RECOMENDADOS PELA PROFESSORA NADJA:
· Psicologia Jurídica no Brasil; Eduardo Ponte Brandão El Signori Gonçalves.
· A verdade e as formas jurídicas; Michel Foucault.
Data: 17/05
O que é Verdade?
Para Foucault:
· O sujeito do conhecimento tem uma história, como a sua relação com o objeto, ou seja, a verdade tem uma história.
Propõe 2 hipóteses:
· História interna da verdade: que se corrige a partir de seus próprios princípios de regulação à é a história da verdade tal como se faz ou a partir da historia das ciências.
· História externa da verdade: outros lugares em que a verdade se forma à certo nº de regras do jogo; certas formas de subjetividade; certos tipos de saber.
Práticas Judiciárias: onde se arbitram.
· Os danos e as responsabilidades;
· A maneira como os homens deveriam ou podiam ser julgados devido aos erros cometidos;
· Reparação de determinadas ações;
· Punição de outros.
Todas são práticas regulares, mas, modificáveis pela História: define a relação entre o homem e a verdade.
· Séc. XV – inquérito: saber exatamente quem fez o que, em que condições e em que momento.
· Séc. XIX – Exame: forma que nasceu uma ligação direta com a formação de um certo nº de controles políticos e sociais à política da verdade: onde se formam os sujeitos do conhecimento, certas ordens de verdade, cerots domínios do Saber.
Psicologia do Testemunho e a busca da VERDADE: não só o criminoso deve ser examinado, mas também as testemunhas.
O testemunho depende:
· Do modo como percebeu o acontecimento depende de condições externas e níveis de observação (aptidão).
· Do modo como sua memória o conservou.
· Do modo como é capaz de evocá-lo: depende da repressão e censura.
· Do modo com o quer expressá-lo: grau de sinceridade.
· Do modo como pode expressá-lo: precisão, clareza, fidelidade.
É necessário distinguir 2 espécies de VERDADE:
· Formal ou Ideal: provas constantes nos autos e consistentes em fatos e atos jurídicos.
· Real ou Material: diz respeito ao processo penal, exigindo verificação, exame de personalidade do agente.
Data: 24/05/11
O desafio de Julgar:
1 – Conduta criminosa: pode ser entendida de 3 formas diferentes pelo julgador:
· Anormal: CRIMINOLOGIA TRADICIONAL: em que o conflito e seu contexto perdem a relevância.
· Derivada de conflitos interpessoais e processos sociais: responsabilizando cada indivíduo pelos seus atos. CRIMINOLOGIA MODERNA.
· Derivada da sociedade: cabendo a esta a responsabilidade pela conduta criminosa, incluindo identificação de reinserção do indivíduo ao meio social. CRIMINOLOGIA CRÍTICA.
2 – Formação humanística dos magistrados:
· Têm limitações e deficiências.
· Deve desenvolver a ESCUTA.
· O ato de julgar envolve: 1 - recursos racionais – escopo teórico (não é estático). 2 - Emocionais.
· Deve ter bom relacionamento interpessoal, gestão de pessoas e comunicação.
3 – Tipos de relato:
· Espontâneo.
· Interrogatório.
· Confissão: pode ser espontânea, imposta, ligada ao sistema de crenças, ser falsa (para livrar outra pessoa), obtenção de álibi, induzida por torturas, motivos materiais (bonificações, pagamentos).
4 – Alguns sintomas que podem evidenciar uma mentira:
· Precisão excessiva nas recordações à aparência de veracidade.
· Prontidão ou hesitação nas respostas.
· Silêncio: está se abdicando do direito de se defender.
· Reserva excessiva, obscuridade, imprecisão, inquietação, olhar aterrorizado, voz baixa.
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